PN do Viruá - RR
A criação do parque ocorreu em 1998, protegendo uma área de 227.011 hectares no município de Caracaraí.
A palavra selvagem tem como significado algo bravo, perigoso, mas quando se refere à natureza tudo que é selvagem é intocado e deve ser respeitado.

A região das 3 ilhas é uma das mais belas paiagens do Viruá.
Foto: Eduardo Issa
Nos arredores do Parque Nacional do Viruá, localizado no extremo norte do Brasil, na região central do Estado de Roraima, o que mais se encontra são locais que ainda não foram explorados pelo homem, ou seja, totalmente selvagens.

Dificudade para percorrer os rios do parque.
Foto: Eduardo Issa
Esta situação ainda deve permanecer por muitos anos considerando a grande dificuldade encontrada para se ter acesso a estes preciosos refúgios. Para Antônio Lisboa, atual diretor da unidade, todas as incursões na unidade são extremamente difíceis e sempre cercadas de imprevistos.

O colorido das flores pelo verde da campinarana.
Foto: Eduardo Issa
Na última vez que seguiu pelo rio Iruá, foram cerca de 10 dias percorrendo pequenos igarapés, e em alguns trechos uma distância de 300 metros pode levar até 2 horas, dependendo da quantidade de troncos caídos no rio.

Rio Iruá serpenteando a mata densa.
Foto: Eduardo Issa
A infinidade de atalhos, entranhas e furos na mata, comprometem a segurança de quem se aventura nesta área, tornando o parque ainda mais protegido. Na verdade o Viruá é formado por diferentes ecossistemas onde grande parte é Campinarana, um tipo de vegetação só encontrada em Roraima e ao norte do rio Negro.

Tracajás colocam seus ovos nas praias formadas no rio Anauá.
Foto: Eduardo Issa
A criação do parque ocorreu em 1998, protegendo uma área de 227.011 hectares no município de Caracaraí, um lugar que é um verdadeiro banco genético de muitas espécies da Amazônia e que no futuro próximo deverá receber pesquisadores e ecoturistas interessados nesta área.
Por estar inserido no projeto ARPA(Áreas Protegidas da Amazônia) o parque conta com a vinda de recursos que irão possibilitar a implantação da infra-estrutura necessária para receber estes visitantes. A sede do parque já foi construída e está localizada na BR 174, no antigo traçado que foi abandonado por se tratar de uma região alagadiça e que seria de alto custo para sua construção.
Por este motivo este trecho ficou conhecido como “Estrada Perdida”. O interessante é que alguns mapas ainda mostram este pedaço da estrada como sendo o real, um grande equívoco.
A estrada Perdida, com suas lagoas nas laterais, conhecidas como caixa de empréstimo, acabou se tornando um grande restaurante para milhares de aves que passam horas saboreando os peixes que vem a tona na época em que as lagoas secam. Um paraíso para os “Bird Watchers” passarem o tempo com seus binóculos.
Já ao lado da sede, a mata densa abriga bandos enormes de queixadas, que batem os dentes e fazem um “piseiro” na lama marcando as trilhas. Macacos prego, aranha e de cheiro também circulam pelas árvores e são facilmente avistados.
Outros bichos como a anta, paca e a cutia também fazem parte da fauna do parque. A maior parte da paisagem do parque é plana, apenas duas montanhas se destacam na paisagem, a serra do Preto e a serra da Perdida. Outras áreas permanecem alagadas boa parte do ano e o acesso só é feito no período seco. Os solos são arenosos e com baixo escoamento das águas formando brejais e lagoas que constituem um verdadeiro pantanal. O Abrigo Rústico está numa destas áreas e foi construído para abrigar pesquisadores.
A região do Viruá é um santuário complexo da Amazônia, sua exuberância se esconde por dentro de matas e igarapés, às vezes temos a impressão que alguns animais estão nos observando, sons bizarros surgem da natureza e despertam nossos sentidos, um mundo à parte e que é necessário para a vida de muitas espécies e de todos nós.
Seguindo para o Parque Nacional do Cabo Orange - Amapá
Publicado por Eduardo Issa em